domingo, 7 de dezembro de 2014

O novo de novo



E a terra foi vista! Depois de uma longa viagem, seus pés pisaram em terra firme. Era um porto seguro. Um porto protegido.

E pela primeira vez depois de tanto tempo, ela sentia uma paz interior. Pela primeira vez depois de anos, ela deixou de viver em stand by. E os dias foram vividos intensamente e as noite também.

Mas tinha algo que a acompanhava e parecia não ser muito positivo. De vez em quando ele se aproximava, acelerava seus batimentos cardíacos, fazia surgir um turbilhão de pensamentos ao mesmo tempo. Ela ficava em dúvida, recuava, anestesiava-se. Essa era a forma dela se proteger do medo. Anulava sua vontades, ficava fria, acabava jogando com a ausência e a presença. Sentia-se vazia, sem verdade.

Um dia ela decidiu parar. Decidiu  deixar ele vir de vez para ver o que acontecia. E o ar faltou, ela insistiu. E os batimentos aceleraram, ela insistiu. E os pensamentos ficaram confusos, ela focou e insistiu. E então passou.... Passou como uma chuva de verão passa, vem, arrasa, mas passa. E o dia ficou mais ensolarado, e o luar mais iluminado. E as portas se abriram, e a vida fluiu. E as respostas que ela tanto aguardava, de tanto ela insistir, vieram.

Ela vibrou naquela frequência e o mundo girou! Girou 180 graus e trouxe o novo. Ela sabia que teria ainda que lutar para manter-se assim. Viva, inteira, verdadeira. E só assim traria sempre o novo de novo, e de novo, e de novo.