Entre discos, livros, fitas cassetes, memórias longínquas de um tempo que não volta mais. Cheiro de nostalgia, lembranças de um perfume mofado.
Uma dor funda no peito de uma vontade de voltar no tempo. Voltar a ser quem eu era antes de toda essa montanha russa de traumas. Metáforas que já não fazem mais sentido e significantes que não fazem sentido. A mistura das linguas me confunde. Quero voltar a ser aquela menina cheia de sonhos mas não encontro mais os sonhos. Estão perdidos nos traumas, perdidos nas desilusões da vida.
Lembro do frio no estômago de uma tarde chuvosa, da possibilidade de um encontro na esquina de sempre. Acabou se.e Acabou o frio no estômago, acabou a esperança de um reecontro. Agora me vejo perdida em um presente infemo, me vejo satisfeita com pouco, muito pouco, quase uma mendigagem.
O tempo passou, o céu escureceu, as pessoas envelheceram, a piscina fechou, o Clube não existe mais, alguns morreram, outros se mudaram, casaram, engordaram…. Eu me sinto a mesma menina que tomava Sol nas varanda da piscina do Ilha. A mesma que esperava cada noite dos Mares do Sul para beijar o menino dos sonhos. Dos mesmos sonhos que se perderam nos traumas. O que eu queria de verdade era perder os traumas e reencontrar os sonhos.
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